Alimentação e nutrição na gestação

A gravidez aumenta a necessidade de nutrientes que a mulher precisa consumir diariamente. Ao longo dos nove meses, a nutrição deverá ser especialmente cuidada para garantir a saúde tanto da mãe como do feto em desenvolvimento, afinal de contas toda a nutrição do bebê depende do que chega à placenta através da corrente sanguínea da mãe.
Dependendo de como a mulher se alimentava antes de engravidar, é provável que a qualidade, a quantidade de comida e a frequência das refeições mudem muito na gestação. Não é à toa que muitos dos primeiros sinais da gestação envolvem essa parte alimentar: enjoos, mudanças no paladar e na sensação de fome, vontades e até mesmo azia e vômitos podem acontecer!
Para vários nutrientes, a gestante precisará consumir quantidades muito maiores do que comia antes de engravidar. Porém, ao contrário do que a crença popular diz, a gestante não deve comer por dois, pois o excesso de calorias na gestação é bastante prejudicial para a mãe e o bebê.
A necessidade de nutrientes aumenta especialmente para vários sais minerais, como o ferro, o iodo e o cálcio, as proteínas e as gorduras saudáveis como o ômega-3. Para o ferro, a gestante precisa realmente dobrar a quantidade consumida para atender as novas demandas nutricionais da placenta e do maior volume sanguíneo. E alguns nutrientes, como o ácido fólico, precisam ser repostos antes mesmo de a mulher saber que está grávida! Dependendo de como está a alimentação da futura mãe, a suplementação de vitaminas, minerais e de óleos essenciais pode ser necessária.
Para todos nós, existe um período muito crítico no qual a nutrição adequada determina a nossa saúde ao longo de toda a vida. Esse período corresponde aos primeiros mil (1000) dias de vida de todo ser humano. São os mil dias que vão desde o início da gestação (os nove meses) até os dois anos de idade de uma criança. Esse período é internacionalmente conhecido como a “janela de oportunidades”, por ser uma oportunidade única para assegurar um futuro mais saudável e próspero para cada ser humano. Isso porque um bebê bem nutrido desde a gestação recebe todo o potencial para um perfeito crescimento e desenvolvimento, tanto físico como cognitivo. E as deficiências nutricionais nesses primeiros mil dias de vida trazem consequências praticamente irreversíveis, principalmente no desenvolvimento do cérebro da criança.
Cuidando da alimentação e da nutrição ao longo da gestação, poderemos:
Assegurar o adequado crescimento e desenvolvimento do feto;
Reduzir o risco de malformações congênitas;
Garantir um ganho de peso saudável da gestante;
Reduzir o risco de doenças crônicas (obesidade, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer) em outras etapas da vida, para o bebê e para a mãe;
Reduzir o risco de doenças graves durante a gestação, como a eclampsia e pre-eclampsia;
Evitar a desnutrição e as carências nutricionais na mãe;
Prevenir, tratar ou aliviar problemas e sintomas indesejáveis durante a gestação, tais como refluxo, azia, anemia, prisão de ventre, câimbras, infecções urinárias, diabetes gestacional, etc;
Várias dicas simples podem ter um profundo impacto positivo ao longo da gestação. Por exemplo, para diminuir o risco de infecções intestinais e de toxoplasmose, a gestante deve cuidar muito bem da higiene e do preparo dos alimentos, evitando o consumo de carnes cruas ou malpassadas (rosbifes e carpaccio por exemplo) e consumindo vegetais e frutas cruas que foram higienizados com uso de hipoclorito de sódio.
Separei aqui dez passos na alimentação da gestante que podem fazer grande diferença para o bebê e a futura mamãe:
Procurar sempre que possível comer alimentos naturais: os alimentos que encontramos na feira são muito mais nutritivos do que os produtos alimentícios elaborados/modificados pelo processamento industrial.
Consumir diariamente alimentos ricos em ferro, especialmente os vegetais de folhas verde-escuro (couve, brócolis, rúcula, etc), as carnes vermelhas e as leguminosas (todos os tipos de feijão, ervilha, lentilha e grão de bico).
Limitar o consumo de café e demais alimentos que contém cafeína (chás preto, mate, verde, bebidas como chás gelados e refrigerantes, chocolates) e bebidas com gás.
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas de qualquer tipo.
Consumir sal sempre iodado e, quando possível, alimentos de origem marinha que são fontes de iodo.
Limitar o consumo de adoçantes (edulcorantes), bem como aditivos químicos (conservantes, acidulantes, espessantes, aromatizantes, etc), inclusive em produtos “diet, light ou zero”.
Incluir alimentos fontes de ácidos graxos essenciais na alimentação, por exemplo os peixes marinhos (sardinha, pescada, salmão, linguado, bacalhau, anchova, etc); semente de linhaça ou de chia moída; óleo de linhaça; castanhas do pará ou nozes, por exemplo.
Consumir alimentos fontes de cálcio na dieta diariamente, especialmente leite e derivados ou leite vegetal enriquecido com cálcio, três a quatro porções diárias.
Aumentar consumo de água para 8 a 10 copos por dia ou mais, caso sinta sede.
Preferir o consumo de frutas frescas em vez de sucos, e de cereais integrais em vez de cereais brancos (pães, arroz, massas, etc).
Bom apetite!
Se você deseja saber mais, visite: http://www.rachelnutricionista.com.br/nutricao-materna/
Rachel Francischi | Nutricionista (FSP/USP) | Mestre em Biologia Funcional e Molecular na área de Bioquímica (UNICAMP) • Master Practioner em Programação Neurolinguística (PNL) • Nutricionista para América Latina e Caribe do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (ONU) (2007-2012)
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